Na passada sexta-feira, dia 18 de novembro de 2022, teve lugar na Porto Business School a cerimónia de apresentação dos novos órgãos sociais do Banco de Fomento. Esta cerimónia contou com a presença do Primeiro Ministro, António Costa e do Ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva. A ANPME recebeu o convite do Ministério da Economia e do Mar marcando presença.
António Costa Silva, primeiro interveniente na cerimónia, começou por justificar que foi precisamente por “identificar a necessidade de uma nova dinâmica no banco que o Governo decidiu reconfigurar o Conselho de Administração, nomeando Celeste Hagatong como a nova Presidente do Conselho de Administração do Banco de Fomento”, sucedendo assim a Beatriz Freitas, que desempenhou a função de presidente executiva, desde a fundação da instituição.
Afirmou ainda, de forma vincada, que as empresas nacionais “recorrem ao crédito bancário, ficam endividadas e ficam asfixiadas nessa bolha”. Uma realidade de muitas empresas nacionais.
Prosseguindo acrescentou que a banca comercial “financia projetos de curto prazo, com retornos rápidos, e muitas vezes os projetos estruturantes que podem mudar a economia portuguesa não se configuram nesse perfil”. Este é um dos fatores diferenciadores na missão do Banco de Fomento.
O Ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, relembrou também o compromisso do banco do Fomento relativamente ao pagamento das linhas de apoio à Covid-19 às empresas até ao final do ano, cumprindo uma promessa que o Estado português fez durante a crise pandémica que haveria a conversão de 20% destas linhas a fundo perdido para as empresas! Uma excelente notícia para as PME´S.
A nova “chairwoman” Maria Celeste Hagatong, do Banco de Fomento começou por referir que o Banco Português de Fomento irá “rever todos os procedimentos internos” para que os apoios cheguem rapidamente ao mercado.
Assumiu, vincando que “o novo grande desafio, a curto prazo, do Banco Português de Fomento será responder com sucesso e eficiência à estruturação e distribuição de instrumentos financeiros de apoio à economia, nomeadamente os provenientes do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) e do InvestEU.
Celeste Hagatong mostrou conhecer a realidade da insuficiente “cobertura” do PRR no que concerne aos apoios direcionados às PME´S. ANPME tem sublinhado esta premissa de que o plano tem sido essencialmente direcionado para o setor público. Urge-se, sem qualquer dúvida, agilizar a entrega dos apoios às empresas em tempo oportuno, redirecionar também o PRR para o setor privado e preparar a aplicação do futuro Quadro Comunitário, PT2030.
António Costa, finalizando a cerimónia, destacou que o Banco de Fomento não tem como objetivo ser mais um banco, mas sim “ser o banco que os outros bancos não são”. Este será um dos principais objetivos do Banco do Fomento. A instituição incorpora a missão de ser um “grande apoio à inovação e à modernização das empresas”.
Coloca-se então a questão: e a Caixa Geral de Depósitos? Segundo António Costa a Caixa Geral de Depósitos (CGD) “tem um papel fundamental” no sistema financeiro nacional, mas sendo “puramente concorrencial com os outros bancos”. Tem o objetivo de cooperar para a estabilização do sistema financeiro, enquanto o Banco de Fomento, tem como referido anteriormente uma missão distinta.
A ANPME, consciente da sua missão na defesa dos interesses das PME´S, participou na cerimónia, aguardando de forma expectante a concretização dos objetivos apresentados.